Era uma vez, uma família.
Eu saio e quando chego, tudo ainda continua no mesmo lugar. Minhas roupas no mesmo canto, minha escova de dentes, meus livros. Tudo, exatamente da maneira que eu larguei antes das 8:00 horas. A janela continua fechada, minha gaveta não está mexida e não tem nada de novidade em cima da mesinha para mim - Como camisinhas, ou algum livro pra ler sobre doenças sexualmente transmissíveis. Ninguém tocou no meu DVD, ou fuçou no presente que comprei para Carolina. Ninguém sequer teve a façanha de abrir a carta que fiz na noite anterior para ela e fuxicar sobre a minha vida amorosa enquanto eu estivesse no trabalho aturando algum cliente chato. Às vezes aparecia alguns legais. Ninguém reclamando da roupa suja que, no meu descuido da correria do dia-dia, misturei com as limpas. Nenhum ruido nos corredores, nenhum barulho de pés, nenhum biliscar das lampadas na madrugada, porta do banheiro abrindo. Ninguém chamando alguém no portão, ninguém entrando e deixando a porta aberta na hora ...