E tem algumas coisas que escutamos por aí, que vai nos deixando meio tortos, meio bambos, meio esguios... Que vai nos remexendo por dentro, fazendo uma revirada, uma colocada de tudo de cabeça para baixo, que de pouco a pouco, vai se refletindo para fora e no final, o que se resulta é a deparação com um ser humano meio morno, meio sem sal, sem tempero, todo franzido com a vida (Depois de dormir)
Doce de Amendoim
Descobrir um cofrinho escondido entre uma ferramenta e outra, era como conseguir alcançar o baú de tesouros no final do arco-iris antes que ele desaparecesse. Como eu o encontrei? Não sei ao certo, mas bem provável que tenha sido quando estive procurando por alguma coisa que pudesse firmar a casinha que eu estava construindo. Acho que meu pai não levou em conta a minha façanha em prender panos e erguer gambiarras para que eu me enfiasse dentro e, escondeu o cofrinho num lugar fácil pra mim, que mexe em tudo. Sabe aqueles cofrinhos que parecem conter todas as moedas do mundo? Era ele! Tão pesado e infinito que não saia do lugar com a minha força. Devo ter enriquecido umas mil vendinhas na minha infância. Talvez eu tenha sido a maior cliente das fábricas de doces de amendoim da época. Me amavam sem nem me conhecer, certeza! E faziam um cada vez mais gostoso que o outro, só pra me agradar. Se meu pai soubesse que eu enxergava doces no lugar de moedas, nunca teria m...
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