Já era noite, não muito tarde, mas também já não era mais tao cedo. Era aquele tipico meio da noite, onde, nessas cidade de interior, já se esta tomando um chá ou se preparando para ir dormir. Mas só no interior, em cidade grande mesmo, em cidade grande ainda se esta assistindo novela, ou jantando, alguns comendo pizza, outros, ainda voltando do trabalho, já outros, ah... Outros estão indo para a varanda, com algum cigarro aceso dentre os dedos. Bom, esse era o caso daquela jovem!
Era inverno, cigarros e cafés pareciam uma boa pedida, até então. Mas ir para a varanda e se deparar com um passado não
tao distante, não eram bem um de seus planos para aquela noite fria do inicio de julho.
-Passou a fumar quando? - Escutou uma voz familiar ressoar pela nuca. O que a assustou, é claro. Ao se virar e deparar com alguém que há anos não via, a deixou um tanto desorientada, surpresa. Já havia aceitado a ideia de nunca mais poder falar, ver. Deve ser um tanto assustador, passar seis anos da vida acreditando que nunca mais veria alguém, e de repente, o destino te surpreender.
-An... - Lorena pigarreou um tanto, um pouco sem jeito. - Voc... Você por aqui?
- Só pessoas imbecis que respondem uma pergunta, com outra pergunta. - Ativou o revolver carregado de palavras rudes em direção á Lorena.
-Bom - Iniciou, ainda um tanto surpresa, procurando as palavras que fugira dela. Virou-se e tragou novamente o cigarro. - Talvez só o cigarro seja algo novo, talvez eu ainda continue a mesma imbecil de alguns anos atras. - Completou. - O que a traz aqui, Clara?
Ouve um silencio desconfortante até Clara finalmente se manifestar, porém Lorena continuou a tragar demonstrando não muito interesse em saber do porque Clara estava ali, falando com ela. E também não olhou mais para ela, sempre fitando algum ponto bem distante, ou até mesmo olhando para os pés. Difícil mesmo era dizer o que tanto Lorena pensava olhando para o nada. Mas imagino que a sua mão direita dentro do bolso e seu corpo franzido queria dizer o quanto ela estava incomodada com a presença de Clara ali.
-Sinusite! - Clara depois de tantos anos, ainda continuava do mesmo jeito. Fala da mesma maneira. Aquela maneira que Lorena sempre se incomodara. Aquele jeito de quem puxava assunto, mas que mais parecia que não estava tao afim de conversar assim.
- "ites" são de fato uma maldição! - Lorena finalmente sorriu, parecendo estar mais a vontade com toda aquela situação.
-Poisé!
-Chá de camomila? - Arriscou Lorena, após notar uma caixinha de chá nas mãos de Clara.
Lorena chutou uma pedra, esperando a resposta de Clara. Clara sorriu com isso. Não, eu não faço a minima ideia do porque as pessoas inventam de chutar pedras quando estão, não sei, vazias?
-De maçã! - Palavras curtas, como de costume!
-Maçã. - Disse pensativa. - Faz sentido!
- Sim! É uma delicia!
-An... maçã serve para limpar as cordas vocais. Eu me lembro bem... Eu costumava comer bastante quando eu cantava. Deve ser ótimo para a tosse - Exclamou. - Ponha meias nos pés, ajuda no frio!
- Claro, estou tomando antibióticos também.
-Oh, isso é bom!
Lorena acendeu um novo cigarro.
-Sim, estou indo! Adeus!
Lorena não disse nada, continuou com a mão direita dentro do bolso e viu Clara partir em meio aquela fumaceira toda, feita pelo cigarro!
Quando Clara dobrou a avenida e desapareceu, Lorena sussurrou um "revoir" olhando para os pés que amassavam o que restou do cigarro. Esfregou suas mãos uma na outra e viu sua respiração virar neblina perto de seus olhos. Colocou seus pés em direção á porta de casa e então, entrou!
(Boteco de Sentimentos)
Era inverno, cigarros e cafés pareciam uma boa pedida, até então. Mas ir para a varanda e se deparar com um passado não
tao distante, não eram bem um de seus planos para aquela noite fria do inicio de julho.
-Passou a fumar quando? - Escutou uma voz familiar ressoar pela nuca. O que a assustou, é claro. Ao se virar e deparar com alguém que há anos não via, a deixou um tanto desorientada, surpresa. Já havia aceitado a ideia de nunca mais poder falar, ver. Deve ser um tanto assustador, passar seis anos da vida acreditando que nunca mais veria alguém, e de repente, o destino te surpreender.
-An... - Lorena pigarreou um tanto, um pouco sem jeito. - Voc... Você por aqui?
- Só pessoas imbecis que respondem uma pergunta, com outra pergunta. - Ativou o revolver carregado de palavras rudes em direção á Lorena.
-Bom - Iniciou, ainda um tanto surpresa, procurando as palavras que fugira dela. Virou-se e tragou novamente o cigarro. - Talvez só o cigarro seja algo novo, talvez eu ainda continue a mesma imbecil de alguns anos atras. - Completou. - O que a traz aqui, Clara?
Ouve um silencio desconfortante até Clara finalmente se manifestar, porém Lorena continuou a tragar demonstrando não muito interesse em saber do porque Clara estava ali, falando com ela. E também não olhou mais para ela, sempre fitando algum ponto bem distante, ou até mesmo olhando para os pés. Difícil mesmo era dizer o que tanto Lorena pensava olhando para o nada. Mas imagino que a sua mão direita dentro do bolso e seu corpo franzido queria dizer o quanto ela estava incomodada com a presença de Clara ali.
-Sinusite! - Clara depois de tantos anos, ainda continuava do mesmo jeito. Fala da mesma maneira. Aquela maneira que Lorena sempre se incomodara. Aquele jeito de quem puxava assunto, mas que mais parecia que não estava tao afim de conversar assim.
- "ites" são de fato uma maldição! - Lorena finalmente sorriu, parecendo estar mais a vontade com toda aquela situação.
-Poisé!
-Chá de camomila? - Arriscou Lorena, após notar uma caixinha de chá nas mãos de Clara.
Lorena chutou uma pedra, esperando a resposta de Clara. Clara sorriu com isso. Não, eu não faço a minima ideia do porque as pessoas inventam de chutar pedras quando estão, não sei, vazias?
-De maçã! - Palavras curtas, como de costume!
-Maçã. - Disse pensativa. - Faz sentido!
- Sim! É uma delicia!
-An... maçã serve para limpar as cordas vocais. Eu me lembro bem... Eu costumava comer bastante quando eu cantava. Deve ser ótimo para a tosse - Exclamou. - Ponha meias nos pés, ajuda no frio!
- Claro, estou tomando antibióticos também.
-Oh, isso é bom!
Lorena acendeu um novo cigarro.
-Sim, estou indo! Adeus!
Lorena não disse nada, continuou com a mão direita dentro do bolso e viu Clara partir em meio aquela fumaceira toda, feita pelo cigarro!
Quando Clara dobrou a avenida e desapareceu, Lorena sussurrou um "revoir" olhando para os pés que amassavam o que restou do cigarro. Esfregou suas mãos uma na outra e viu sua respiração virar neblina perto de seus olhos. Colocou seus pés em direção á porta de casa e então, entrou!
(Boteco de Sentimentos)
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