Poesia em Blues
"É moça, tu seguiu o vento, foi pra lá ver as tuas coisas. Já eu,
preferi ficar do lado de cá. À essa direita daqui, pensando... Pensando,
sabe? Nesse nosso destino meio arteiro, esse mesmo, todo atrapalhado
que resolveu num súbito, se impor diante de mim, de nós.
Assim, não muito sereno. Porém com toda uma delicadeza perspicaz.
Olha só, morena. Eu devia falar sobre a saudade. Do outono inteiro distante, orgulhoso, triste... Longe do riso teu. Mas o fato de que a nossa história parece mais um blues que não sai de moda, um cobertor predileto, um ano inesquecível, uma bossa nova, um samba de lareira, um ímã, que não nos deixa, não nos desconecta mesmo quando já pensamos, falamos, gritamos, ditamos firmemente que íamos. Me instigou mais.
Sabe, moça? Eu fiquei aqui com a minha MPB, com esses meus discos nostálgicos. Com toda essa parafernália pra escrever, pensando, entende? Pensando sobre essas linhas em que raios será de mim. Desse meu coração teimoso e todo embaralhado. Desse tal destino.
Queria eu, menina, não pensar nessas coisas. Queria eu viver esse momento, intenso, rasteiro, surpreso. Queria mesmo aquietar essa minha alma besta e deixar pela primeira vez o controle no cais, no deck, no sopro, na poeira, nessa brisa, nesse vento. Mas esse teu sorriso de bolero, moça, ahhh esse teu sorriso de bolero, não deixa em paz um só segundo os pensamentos meus. A lembrança dos teus beijos, desses lábios que mais parecem plumas, esses teus olhos acanhados fitando os meus... Tão de repente...
Ai, meu Deus do céu. Eu vivo aqui a pensar no que será. Será que agora vai dar?"
Assim, não muito sereno. Porém com toda uma delicadeza perspicaz.
Olha só, morena. Eu devia falar sobre a saudade. Do outono inteiro distante, orgulhoso, triste... Longe do riso teu. Mas o fato de que a nossa história parece mais um blues que não sai de moda, um cobertor predileto, um ano inesquecível, uma bossa nova, um samba de lareira, um ímã, que não nos deixa, não nos desconecta mesmo quando já pensamos, falamos, gritamos, ditamos firmemente que íamos. Me instigou mais.
Sabe, moça? Eu fiquei aqui com a minha MPB, com esses meus discos nostálgicos. Com toda essa parafernália pra escrever, pensando, entende? Pensando sobre essas linhas em que raios será de mim. Desse meu coração teimoso e todo embaralhado. Desse tal destino.
Queria eu, menina, não pensar nessas coisas. Queria eu viver esse momento, intenso, rasteiro, surpreso. Queria mesmo aquietar essa minha alma besta e deixar pela primeira vez o controle no cais, no deck, no sopro, na poeira, nessa brisa, nesse vento. Mas esse teu sorriso de bolero, moça, ahhh esse teu sorriso de bolero, não deixa em paz um só segundo os pensamentos meus. A lembrança dos teus beijos, desses lábios que mais parecem plumas, esses teus olhos acanhados fitando os meus... Tão de repente...
Ai, meu Deus do céu. Eu vivo aqui a pensar no que será. Será que agora vai dar?"
-Boteco de Sentimentos
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