Queria te chamar pra ir comigo pra Porto Alegre.

Olha lá, moça. Olha lá…
Eu pensei cá, em te comprar assim, algumas rosas pra enfeitar essa tua manhã monótona.
Ir de primeira marcha, bem de levezinho, te chamar pra tomar um sorvete, aqui na Candinha, minha vizinha sorveteira.
Pensei em te chamar pra companhia de teatro que tá vindo lá de BH. Ou pra ir ao cinema semana que vem.
Queria te convidar pra um filme debaixo da coberta e umas xícaras daquele teu café meio doce, que na verdade estava no ponto, mas que tu prefere mais amargo.
Queria, sabe? Ter a oportunidade de te conhecer além dos meus olhos, além dos meus achismos, além do que eu já sei.
Queria te olhar devagar, sem aquela pressa toda dos meus dias, sem chegar já pensando na hora de ir. Sem te olhar depressa demais, afobado demais.
Eu quero olhar direito as rugas que andam se formando no canto do seu sorriso. Prestar mais atenção no quanto a sua voz vem ficando à cada dia mais ríspida.
Porque sabe, moça? A vida ao mesmo tempo que parece longa, é tão curta.
Queria te chamar pra ir comigo pra Porto Alegre, longe dessa gente, outros ares! Pra eu te dizer, sem medo, dessa vez e sem pecar no quanto senti sua falta
—  Boteco de Sentimentos

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