Amor Piegas
Sou exagerada,
dramática,
controladora,
escandalosa.
Eu choro, grito, quase berro quando sinto que algo me fere.
Meus maiores sinais de loucura no amor é desde a infância.
Amava tanto o meu pai que não suportava ficar um minuto longe dele.
Era de lei, todas as sextas e sábados dar escândalos de amor,
socos nas portas,
pontapés nas portas.
O amor era tão grande e espaçoso, que tinha que ficar trancado, caso contrário, grudaria feito carrapato na perna do meu pai e dali, só sessaria se eu o visse deitado na cama e quieto com nada nos distanciando.
E as incontáveis vezes que inventei dores de cabeça só para ser liberada mais cedo do colégio quando ele tinha visitas de meninas?
Eu tinha que ficar ali no meio, me certificando de que o amor que era meu, era meu e que não iria ser transferido.
Eu me chateava quando ele chegava cansado demais do trabalho e não podia orar comigo antes de dormir. A oração não tinha muito sentido se ele não segurasse as minhas mãos e , num coro, fechássemos os olhos para orar, acabava chorando baixinho pra ele não ouvir.
E permaneço assim até hoje.
Eu planto o amor, e deixo-o florescer paras as raízes me racharem por dentro, caso seja preciso.
Não meço o sentir.
Não tenho medo de sentir.
E não nego que sou louca.
Por amor eu serei a pessoa mais louca que eu puder.
(Boteco de Sentimentos)
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