Francesa
Francesa que não era francesa
Mas mineira,
lá do bairro São Raimundo;
rua abaixo da que cresci.
Francesa é ela!
De cabelo branco como o algodão
e longo como o Rio Doce.
Aquele mesmo! Perto do Vila Isa, entre a Ilha e o bairro São Paulo.
Ela,
Forte como os rochedos do
Pico da Ibituruna
De um abraço mais acolhedor que pão de queijo.
Dona Francesa, como eu a chamo.
É o cheiro de pavê com morangos.
De ovos mexidos com linguiça apimentada.
Do frango com quiabo e angu.
A doçura deve ter ido visitá-la
e ela ofereceu queijo com goiaba, certeza.
A voz, o jeito, tudo da Dona Francesa
era um algodão doce.
Se o amor tem traços,
é dela cada linha dele.
(Marquesando)
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