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Mostrando postagens de março, 2014

A visita

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Vou lhe fazer uma visita Mas não fique assim, aflita Que eu não sou de reparar Não precisa de banquete Nem preocupe com enfeite Não me vá empetecar E os velhos discos de bolero Tô levando pois eu quero Lhe ensinar como dançar E dizer-lhe ao pé do ouvido Com um tom meio atrevido: "dois pra lá e dois pra cá" Vou lhe fazer outra visita Pra lhe ver, assim, bonita Ir correndo ao portão Decorou o tal bolero? Vem cantando em tom sincero Sequestrando minha atenção A radiola está no jeito Lhe aproximo do meu peito Repetindo a tentação "são dois pra lá e dois pra cá" Você vai ver no que dá Cantar de novo esse refrão Olha pra junto dos meus pés Você consegue reparar No tempo de nós dois E ver que assim como se dança O passo é feito de esperança Espero amar depois -Silva

Poesia em Blues

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"É moça, tu seguiu o vento, foi pra lá ver as tuas coisas. Já eu, preferi ficar do lado de cá. À essa direita daqui, pensando... Pensando, sabe? Nesse nosso destino meio arteiro, esse mesmo, todo atrapalhado que resolveu num súbito, se impor diante de mim, de nós. Assim, não muito sereno. Porém com toda uma delicadeza perspicaz. Olha só, morena. Eu devia falar sobre a saudade. D o outono inteiro distante, orgulhoso, triste... Longe do riso teu. Mas o fato de que a nossa história parece mais um blues que não sai de moda, um cobertor predileto, um ano inesquecível, uma bossa nova, um samba de lareira, um ímã, que não nos deixa, não nos desconecta mesmo quando já pensamos, falamos, gritamos, ditamos firmemente que íamos. Me instigou mais. Sabe, moça? Eu fiquei aqui com a minha MPB, com esses meus discos nostálgicos. Com toda essa parafernália pra escrever, pensando, entende? Pensando sobre essas linhas em que raios será de mim. Desse meu coração teimoso e todo...

Queria te chamar pra ir comigo pra Porto Alegre.

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“ Olha lá, moça. Olha lá… Eu pensei cá, em te comprar assim, algumas rosas pra enfeitar essa tua manhã monótona. Ir de primeira marcha, bem de levezinho, te chamar pra tomar um sorvete, aqui na Candinha, minha vizinha sorveteira. Pensei em te chamar pra companhia de teatro que tá vindo lá de BH. Ou pra ir ao cinema semana que vem. Queria te convidar pra um filme debaixo da coberta e umas xícaras daquele teu café meio doce, que na verdade estava no ponto, mas que tu prefere mais amargo. Queria, sabe? Ter a oportunidade de te conhecer além dos meus olhos, além dos meus achismos, além do que eu já sei. Queria te olhar devagar, sem aquela pressa toda dos meus dias, sem chegar já pensando na hora de ir. Sem te olhar depressa demais, afobado demais. Eu quero olhar direito as rugas que andam se formando no canto do seu sorriso. Prestar mais atenção no quanto a sua voz vem ficando à cada dia mais ríspida. Porque sabe, moça? A vida ao mesmo tempo que parece longa, é tão cur...
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Por que você faz assim comigo? Parece querer me machucar. Por que você olha assim pra mim? Não vê que eu preciso descansar? Até há pouco tava tudo bem, todos os sonhos cultivados.Agora pouco eu até reguei as flores que eu tinha plantado. Talvez eu seja pequena, lhe cause tanto problema que já não lhe cabe me cuidar. Talvez eu deva ser forte. Pedir ao mar por mais sorte e aprender a navegar. (Mallu)

Quem sabe...

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A Festa

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Você fica com a mente inquieta no inicio. Planeja tantas coisas. A mente fervilha. Você parece um tomada infinita. Seu coração pulsa descompassado, te a falta saliva.  As coisas mínimas ao seu redor tiram dos trilhos a sua paciência.  Ai, que essa coisa toda acontece antes de tu ir ver...  Aquelas horas iniciais arrastado, dobrado... E ai quando tá pra chegar, vem a sudorese, vem o "ai meu Deus do céu." "Cadê, não vem?" ... E quando chega, desolé? O tal responsável de te manter viva, bate lento. Tu fica meio mole, meio besta, meio idiota. Você move o mundo e desacelera ele... Você vai além, atravessa o oceano, só pra olhar, tocar, ouvir... Sentir. Gostos, cheiros... Ter uma parte que é alheia a ti, dentro de ti. Misturado, mesclado...  Quando vê, tu cruzou a América pra estar com quem se quis.  E lá pro meio do fim? O tal meio do fim? Aquele estranho, aquele medo, aquela inquietação, aquela insegurança. Aquele copo de vodka viscoso, puro, ...